Mestres e mestras do Jequitinhonha
A rica cultura popular do Vale do Jequitinhonha se apoia nos saberes ancestrais de sua gente.
A transmissão desses saberes de, geração em geração, se faz de forma oral, de mãe / pai para filha / filho. Dentro desse contexto, a figura dos Mestres e Mestras, detentores de conhecimentos tradicionais específicos, merece especial atenção.
Os Mestres e as Mestras do Jequitinhonha atuam principalmente dentro de suas respectivas comunidades, onde se tornam protagonistas na manutenção da cultura, da vida em comum e da relação com a terra e com o sagrado.
A AJENAI tem como propósito a valorização e o fortalecimento da identidade dessas pessoas e de seus saberes ancestrais, dentro e fora de seus territórios.
Para tanto, a AJENAI promove encontros que propiciam a vivência e a troca de saberes entres os Mestres e as Mestras.
Quem são os mestres e as mestras do Jequitinhonha ?
Raizeiros e raizeiras
São os mestres e as mestras do mato, conhecedores da das plantas nativas medicinais, assim como do ecossistema e da coleta de forma sustentável. Dominam o preparo das garrafadas, os remédios caseiros, assim como a indicação para os diversos males e doenças.
Foto: Rinaldo Martinucci
Conhecedoras(es) de plantas
São as mulheres, em maioria, que plantam nos quintais de casa verduras, legumes e ervas medicinais.
Assim como os raizeiros, conhecem as propriedades das ervas, assim como o preparo de remédio caseiros e a indicação para os diversos males.
Foto: Érica Rianni
Benzedeiras
e benzedeiros
São mulheres e homens, pessoas de muita fé e solidariedade, que usam as rezas e as plantas para oferecer alívio para as aflições físicas e espirituais.
Foto: Rinaldo Martinucci
Parteiras
Usam chás, banhos, massagens, rezas e simpatias para trazer alívio e conforto às mulheres, desde a gestação até o pós-parto.
Foto: Rinaldo Martinucci
Tamborzeiros e tamborzeiras
Foliões das Irmandades de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos que celebram a cultura e a força da raiz afro-brasileira.
Foto: Rinaldo Martinucci
Brincantes
São os tocadores, as batuqueiras e os batuqueiros, as dançadeiras e os dançadeiras, homens e mulheres que mantêm vivas as tradições de música, danças, rodas e brincadeiras nas comunidades.
Foto: Rinaldo Martinucci
O contexto
Ao analisar os indicadores e ao ouvir as histórias dos mais velhos, percebe-se que a vida no Vale do Jequitinhonha mudou, para melhor, ao longo dos últimos 20 anos. Eletricidade rural, caixas residenciais para captação da água da chuva e o programa Bolsa- Família são alguns exemplos de políticas públicas que contribuíram para o desenvolvimento social.
A melhoria das condições de vida traz também desafios. O "desenvolvimento" vem acompanhado da desvalorização do “não moderno”. Saberes ancestrais, se analisados unicamente pelo viés econômico, passam a ser vistos como primitivos, na contramão do progresso, fragilizando assim a permanência e a construção da diversidade cultural.
Mas, se entendidos como mecanismo de perpetuação da cultura e da identidade local, que é o maior patrimônio do Vale do Jequitinhonha, passam a ser aliados do desenvolvimento.
Foto: Rinaldo Martinucci
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Fotos: Rinaldo Martinucci